sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Como carregar?


Eu ainda tinha o Henrique com um pouco mais de um ano quando em uma comunidade do orkut li uma mãe falando sobre sling! Que palavra estranha!!! O que seria isso? Segui um link dado por ela e fiquei encantada! Que coisa maravilhosa! Carregar bebês e crianças em um pano lindo e charmoso! E parecia tão confortável! Desejei muito um sling, mas como estávamos vendendo o almoço para comprar a janta, gastar dinheiro com um carregador de bebês era impensável! Alguns anos depois eu estava grávida e a única coisa que eu tinha certeza que compraria era um sling! Tá bom que fui comprá-lo só no finalzinho da gestação, mas eu não iria usá-lo antes mesmo!!!! Meu sling é meu terceiro, quarto, quinto braço! Andei de ônibus em São Paulo em horário de pico, com o Pietro com 1 mês dentro do sling!!! Adorava os olhares espantados!!!! Imagina que eu podia usar minhas duas mãos para me segurar dentro do ônibus e meu filho estaria mais confortável do que nunca!!!! Isso era fantástico!

O Pietro foi crescendo e continuava dentro do sling! Ele tem um carrinho e sempre saio com o carrinho, mas o sling vai na cestinha! Cansou do carrinho, quer mamar ou simplesmente ver o mundo de outro ângulo? Sling já!!! Passeios rápidos até a rua ou um dia frio de bater o queixo... sling! Um dia o Pietro ficou doente! Chorava sem parar u chorinho estranho, meio que pedindo ajuda! Fui até o hospital e ele estava no sling, todo ajeitadinho, dormindo e gemendo! Ficamos por lá, ele foi internado! Mas não saiu do sling! Aliás, até mesmo a cama compartilhada continuou no hospital!!!! Imagina se eu iria deixar meu bebê dormir sozinho doente! O berço ficava vazio e ele dormia na cama do acompanhante comigo!!!! E durante o dia: sling! Ele era o bebê mais feliz de lá! Nós ficávamos passeando no corredor e todo mundo olhando... Ajudou muito o sling naqueles dias!!!

Hoje ele está com 1 ano e 1 mês. Pesa 9,200 kg e tem 75 cm (miudinho). Ainda andamos por aí slingados! Ele mama, dorme, acorda, tudo no sling!!! E eu tenho ficado muito feliz em encontrar mais pessoas com slings por aí! Antes me falavam que era judiação, agora que passou na Ana Maria Braga as pessoas sempre me falam "eu vi na TV, é bom mesmo?". Sling é o máximo!!!!!


Segue um texto que tem no site Babyslings:


"O quê é "slingar" um bebê?

Em simples palavras, "slingar" um bebê é transportá-lo junto ao corpo, sustentado através de uma faixa. Em diversas culturas (indígenas, africanas, asiáticas), o transporte de bebês e mesmo crianças novinhas através de “tipóias” é um hábito, algo amplamente praticado. Isso por quê a tipóia atua como uma “barriga de transição” (traduzindo bem ao pé da letra), permitindo a continuação da conexão mamãe-bebê, o que é muito favorável ao desenvolvimento emocional desse bebê, além de facilitar a vida da mãe em suas tarefas diárias. Essa linha de pensamento você encontra no site: http://www.nineinnineout.org/

O “carregar o bebê” tem uma relação próxima ao que é chamado nos EUA de “attachment parenting” (amamentação prolongada, o ser receptivo às necessidades do bebê, o dormir junto, mantendo o contato durante a noite, etc.). Esse meio de carregar / transportar seu bebê estabelece uma excelente comunicação com a criança desde o início da vida, mostrando ser este um meio mais relaxado e de maior conteúdo para vivenciar a relação pai/mãe/bebê. Mãe/pai calmo é bebê calmo também. É um bebê menos incomodado, que chora menos, que tem menos cólica, que dorme melhor à noite, que mama durante períodos maiores de tempo e mantém um período maior entre as mamadas.... Mãe/pai calmo é uma pessoa mais feliz, que pode sair, dar uma volta, que pode realizar suas tarefas diárias com maior concentração. Quem já teve um bebê 24 horas online consigo, sabe a importância de ter um bebê mais tranquilo.

O carregar a criança tem um sentido também de cuidar: ao invés de depositar nossos bebês em "recipientes" diferentes (carrinho, cadeirinha do carro, chiqueirinho etc.), ao “vestir” sua criança você estará compartilhando seu calor, o rítmo de sua respiração, o som de sua voz, o cheiro. Sim, somos mamíferos.... Isso significa que você estará mais receptiva às necessidades dessa criança, estabelecendo uma melhor comunicação com ela. De uma maneira breve, “vestir” sua criança é uma maneira de mostrar que você está sempre disponível para ela e que a conexão que vocês formaram durante 9 meses de gestação não terminou no nascimento. "


Esse texto continua aqui.


Carrege seu bebê!!!!!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Onde nascer???

Só por que falei da revista pais e filhos...
Realmente é como o Neo, marido da Eva e pai do Pedro colocou no seu texto (e como já disse Bob Dylan)- "Because something is happening here But you don't know what it is Do you, Mister Jones?"
Gente!!! Uma reportagem na Pais E Filhos sobe parto domiciliar!!!! Fantástico!!!
Aqui está o link! Tem que entrar e fazer um cadastro, caso não tenha! Mas é rápido e vale a pena ler!!!!! Amei!!!!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Palavras de um pai!

***Esse texto que vou postar aqui foi escrito por um pai! Esse pai sabe que para tirar o leite da vaca não é preciso cortar a orelhinha dela!!!!***

“Because something is happening here
But you don't know what it is
Do you, Mister Jones?”
(Tem algo acontecendo, mas você não sabe o que é, sabe Sr. Jones?)
(Ballad of a Thin Man, Bob Dylan, 1965)

Há 6 meses, quando fui agraciado com a notícia de que minha esposa estava grávida, a primeira reação foi de felicidade, seguida de uma breve consulta na agenda para achar o médico que fazia os partos da família. Marcamos a primeira consulta, e assim tudo seguiria seu curso, lá por março do ano que vem (deste ano) definiríamos a data e no começo de abril o Pedro, que ainda não tinha nome, viria ao mundo pelas mãos do doutor.

Mas não foi bem assim. Primeiro, Eva não estava convencida de que assim era a melhor forma. E foi atrás de informação. Depois veio até mim. E me convenceu de que ela é que sabia o que era melhor para ela.

Não precisa nem ser muito atento para perceber que algo está acontecendo, um movimento não organizado, espontâneo. Pode ser reflexo da internet, deve ser, mas há um movimento muito consistente de troca de informação que escapa completamente do controle da classe médica. E essa revolução silenciosa na busca da valorização do momento da vida da mulher que vai ser mãe naturalmente a leva a procurar o que se vem chamando de parto normal ou humanizado.

É esse questionamento da verdade absoluta e do poder que assusta alguns médicos. Especialmente daqueles mal informados. Trata-se da valorização do fato simples, obvio e natural de que a concepção, a gravidez e o parto são assuntos que fogem do controle de datas do calendário do médico, acostumado a marcar a data do parto e decidir o que é melhor para a futura mamãe.

Aqui em casa foram noites e noites de pesquisa e estudo que modificaram a certeza minha e a aceitação dela ao parto com data marcada. Mas não foi só aqui, muitos outros como nós, pessoas esclarecidas e informadas passaram simplesmente a ver outras opções além daquelas oferecidas pela classe médica. No curso desses poucos meses formamos a firme opinião de que algo anda profundamente errado no enfoque do que fazer após o momento em que se constata a gravidez.

Hoje, ao ler um texto que minha esposa me mandou, escrito por um proeminente médico e escritor, Dr. Antonio Carlos Lopes, acabei concluindo o que anda incomodando tanto. No texto, o doutor já inicia: “O parto, além de ser um ato fisiológico, é um ato médico.” Hã, como assim? “ato médico”??? Suponho então que eu, nascido de parteira e forte como um touro, seja alguma aberração para a medicina...pelo menos a medicina do Dr. Antonio, já que, acho eu, ele não deve ser consenso, apesar de parecer falar por toda a classe médica.

Em seguida o doutor se refere as tais “malfadadas Casas de Parto”, local que visitamos e achamos bastante bom, aconchegante, com gente experiente, boas instalações...e olha que não somos exatamente “menos favorecidos” como o dr. se refere aos que ficam tentados em ter filhos fora de hospital...

Mas nas Casas de Parto não tem mesmo é MÉDICO, e aí a coisa pega. Como que a mulher pode ESCOLHER fazer algo fora do controle da área médica? É justamente isso que o dr. Antonio não quer, perder espaço tão arduamente conquistado no país com maior taxa de parto em hospital – leia-se, com intervenção médica – de todo o mundo.

Mesmo quando o dr. Antonio defende a especialização da enfermagem obstétrica, a postura é a de propor que esses profissionais estudem mais, o que é ótimo, mas ainda assim, só poderiam atuar como auxiliares ao médico.

Daí ficaríamos sem alternativa e o parto seria sim, um ato médico. Ou, parafraseando a Rainha, em Alice no Pais das Maravilhas: “-Cortem-lhe a barriga!”

Mas não é bem assim. Bom, aqui em casa certamente não vai ser assim. Confio totalmente que a Eva saiba o que está fazendo e, até o momento, é lá na casa de parto que o Pedro vai nascer. Se bem que ela anda me sondando sobre o que eu acho sobre ter o Pedro em casa. Pobre dr. Antonio, tem algo acontecendo mas você não tem a menor idéia do que é, não doutor?


Neo, marido de Eva, pai de Pedro, razoavelmente esclarecido embora nem todos os médicos concordem com isso...

PS: A Cesar o que é de Cesar: no texto publicado na Revista Vigor – Movimento e Saude, provavelmente por um engano do estagiário que recortou e colou o texto da fonte, faltou justamente o nome do autor. Como o texto já havia sido publicado em diversos outros meios de comunicação não foi difícil encontrá-lo: trata-se do doutor Antônio Carlos Lopes professor Titular da Disciplina de Clínica Médica da Unifesp/EPM, Presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, e Ex-Secretário Executivo da Comissão Nacional de Residência Médica/MEC. Fica, portanto, dado o devido “crédito” ao nobre doutor.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A cesárea e a vaca!

Eu lembro de uma propaganda que a criança falava que para tirar o leite da vaca a gente primeiro levanta a orelha dela, depois corta e vira para colocar no copo!
Como nascem os bebês? Primeiro o médico corta a barriga, depois tira o bebê e depois fecha tudo!
Quando era pequena gostava de perguntar para minha mãe o que era aquele corte enorme na barriga dela (cesárea alta). Eu sabia a resposta mas adorava ouvir minha mãe dizendo que era por onde eu tinha nascido. Ela me falava sobre o médico abrir, tirar o bebê e fechar! E que depois ela ficou ótima! Com o tempo a explicação foi ficando maior e fiquei sabendo sobre a falta de dilatação, 12 horas de soro, mecônio e cesárea! Ela sempre contou que voltou para casa e subiu 4 andares de escada! Sempre disse que a cesárea foi ótima! Eu era como a menina da propaganda do leite! Os bebês nascem pela barriga! É claro que eu sabia que existia parto normal, mas o normal para mim era cesárea! Meus primos mais novos nasceram de cesárea, então isso era melhor! Minha mãe até me aconselhava para fazer cesárea o dia que eu fosse ter filhos!
E esse dia chegou! Eu estava grávida e decidi: chamaria Luiza e seria cesária. Isso foi comunicado à médica na primeira consulta! Há 12 anos atrás não havia internet como se tem hoje! Eu não tinha nem computador! Mas sempre fui ávida por conhecimento e no dia que soube que estava grávida comprei na banca de jornais a revista Crescer e a Pais E Filhos! Sabia tudo sobre gravidez e filhos, mas sobre parto... Acho que durante os 8 meses que comprei a revista eu nunca li nada que falasse sobre os benefícios do parto normal! Chegavam ao cúmulo de publicarem reportagens que desceviam o que acontecria no dia do parto assim: primeiro a mãe chega no hospital, depois passa por uma raspagem de pelos, depois vai para o centro cirúrgico e toma anestesia, depois o médico faz um pequeno corte e tira o bebê... Era como se todas fossem ter cesárea!!! Novamente eu era como a menina da propaganda do leite!
Fiz cesárea! E foi muito estranho sentir que minha cesárea nõ foi como a da minha mãe, ou pelo menos como ela lembrava!!! Doeu pra burro! Fiquei morrendo de medo de outra cesárea!
Fiquei grávida cinco anos depois! Queria parto normal somente pela possibilidade que esse tipo de parto me daria para ter mais filhos! Sempre quis muitos filhos! Na gravidez do Henrique fiquei sabendo o que era VBAC (parto normal depois de cesárea!). Fiquei sabendo que parto normal depois de cesárea era possível sim!!! Pesquisei e até achei um trabalho de uma faculdade no RS que falava de uma mulher que teve um PN depois de cinco cesáreas!!! Conheci o site Amigas do Parto e acho que decorei cada palavra desse site! Infelismente um conjunto enorme de coisas fizram meu bebê nascer por csárea! Muitas pessoas podem pensar: "Ah! mas dessa vez você tinha informação!" Mas as coisas iam mais além da informação! Morar em uma cidade onde quase não tem médicos é uma das coisas! Não tinha a opção de trocar de médico! Para se ter uma idéia eu não tinha nem a opção de escolher um outro lugar para ter o bebê! Ok! Nasceu de cesárea! Mas aí eu já não era mais a menina da propaganda do leite! Tudo mudou!
Quando o Pietro nasceu a propaganda do leite me parecia mais absurda do que nunca! E eu me sentia mais parecida com a menina do que nunca! A euforia do momento que (re)conheci meu terceiro filho me fez esquecer que para tirar o leite da vaca a gente precisa ordenhar a teta dela!!!
Mas já recobrei minha conciência do que é normal! E é por essa causa que escrevo esse post! A maioria das mães são como a menina da propaganda do leite! Não sabem! E não tem culpa! Não buscam a informação? Ok! Mas elas confiam no médico. Sim, no médico que acha que para tirar leite da vaca é só levantar a orelha dela e cortar!!!